terça-feira, 10 de maio de 2011

AS MÃES!


Acabei de ver num site, uma matéria sobre os vários tipos de mulheres-mães dos nossos tempos.
A revista retratou mães solteiras, mães adotivas, mulheres que foram mães ainda adolescentes, mães maduras, um casal de mães homossexuais, mães com muitos filhos, mas todas caucasianas.
Aí, eu lembrei que minha mãe quando criança, tinha uma madrinha chamada Maria José de
Santana, e como ela estudava na ala ''baixa renda'' da Sacramentina, ela passava bastante tempo com essa madrinha. Dona Maria José era lavadeira, como minha Avó Dionísia, mas nós estamos falando da Cidade de Salvador/Bahia dos anos 40. Então, mesmo sendo lavadeira, Dona Maria José morava na Ladeira da Gamboa, e se vestia com mais esmero porque ganhava muitas roupas de suas freguesas que a viam como uma ''semelhante desterrada''.



Francisquinha era o xodó da dinda solteirona, que a levava as missas aos domingos na Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos e na volta a levava para assistir aos programas infantis da rádio PRA4 Rádio Sociedade da Bahia. Só havia uma coisa que a madrinha zelosa rogava aos céus: nunca ver a afilhada envolvida com o Candomblé! Ela preferia ver Francisquinha num caixão a vê-la vestida de ''baiana'' com ''guias'' no pescoço. Oxalá foi tão bom para as duas, que elas conviveram direto até os 9 anos de Francisquinha, e só aos 11 anos ela bolou no Santo com Seu Boiadeiro!






Voltando a matéria e a Ladeira da Gamboa, uma coisa que minha mãe não esquece dessa época, é que quando ela passava com a madrinha de mãos dadas, um ''maluco-beleza'', chamado Ladú, vizinho delas, bradava, enquanto balançava o braço, devido a um tique nervoso:
''A filha de Dona Maria é prrrreeeeeettttaaa!!!!!''

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