terça-feira, 10 de maio de 2011

A VIAGEM !


Pra começar o motorista do onibus 898-Sepetiba/Campo Grande, nem conhecia o itinerário
da linha para qual estava dirigindo. Isso quer dizer que as 3:42 da madruga, nós os primeiros passageiros, já tínhamos que estar em alerta para guiar o novato! Mais adiante, ele passou pela esquina da Rua do Iate e avistou, com olhos de lince, uma passageira caminhando para o ponto. O novato deu ré no coletivo e ficou esperando a passageira, que deve ter no máximo uns trinta anos, mas que mesmo vendo a boa vontade do motorista continuou vindo no mesmo passinho. só fui perceber quando ela embarcou, o motivo de tanta lentidão: ela estava com uma collant decotadíssima, então se ela corresse, as malacas saltariam do decote e bateriam no queixo dela! Ao subir os degraus do onibus, ela primeiro ajeitou o decote embutiu as tetas para depois passar o vale-transporte, e nem agradeceu ao solicito rodoviário.
Seguimos viagem e o micro lotou de tal forma, que parecia que era ''bacurau''(onibus que transitam durante a madrugada).
Cabe aqui uma explicação: os onibus de linhas são divididos em microonibus, micrão, buzão, fresquinho e frescão. As duas primeiras categorias foram idealizadas com o intuito de não carregar idosos,estudantes e gestantes ou mães com crianças pequenas, e muito menos deficientes físicos. Isso porque os onibus são extremamente estreitos, sem segurança, sem trocadores e com roletas estreitas. O buzão não tem manutenção, não tem ar condicionado e as cadeiras são horríveis, mas tem corredores mais largos e alguns tem elevador para cadeiras de rodas. O fresquinho é o buzão com ar condicionado + ou - .
O frescão é o também conhecido como ''tarifa'', é o único com cadeiras reclináveis e uma porta só, os outros tem duas portas, mas também não tem trocador como o micro e o
micrão. O motivo de eu ter mencionado a falta de manutenção dos onibus é porque todos
eles tem três cameras a bordo para impedir que os rodoviários façam a chamada ''mão
de macaco''.
Quando chegamos a Santa Cruz, depois dessa viagem, já havíamos nos tornados velhos conhecidos, porque ficamos todos muuuuuito próximos. Eu, que embarco quase no ponto final, já conheço as caras, os uniformes, alguns nomes, os times pra quem torcem, quem fuma e quem não, quem vai de trem, quem segue para Campo Grande, quem cortou ou pintou o cabelo, as essências.......as roupas das ruas.............

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